(IN)SEGURANÇA INFORMÁTICA
(IN)SEGURANÇA INFORMÁTICA foi o tema da sétima Conferência EPTO FUTUROS 30.30 da EPTOLIVA, no âmbito da comemoração do Dia dos Cursos Profissionais de Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos, uma área que oferece perspetivas de empregabilidade e construção de carreira bastante aliciantes.
Esta iniciativa contou com a presença de vários especialistas nas tecnologias de Informação e que lidam necessariamente com questões de cibersegurança nas suas atividades profissionais, relatando experiências e oportunidades, riscos inerentes e a necessidade de reconhecer as vulnerabilidades do sistema.
Daniel Costa, Presidente da EPTOLIVA e anfitrião do evento, salientou a aposta clara da EPTOLIVA nos cursos de informática, “uma área que está intrínseca à vida de cada um de nós, conferindo à escola a responsabilidade de acompanhar a respetiva evolução e de colocar a comunidade a pensar e a refletir sobre a temática”. Esta visão estratégica e clara do futuro da EPTOLIVA, importante nas várias dimensões, sobretudo tecnológica, é claramente o mote da celebração dos 30 anos da escola, com uma nova filosofia – a gamificação do ensino. Ressaltou a importância das parcerias, “um contributo fundamental para o futuro da sociedade”, fazendo referência à estreita colaboração com a ESTGOH – Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital, que vai ao encontro do Projeto Educativo da Escola, no sentido de reforçar a aposta nas competências dos alunos para o ingresso no ensino superior.
Convidada para fazer as honras de abertura do debate técnico, a Drª Vera Cunha, Presidente da ESTGOH, fez menção ao crescimento da EPTOLIVA nos últimos anos, destacando o trabalho de partilha de recursos entre as duas instituições de ensino, deixando o repto aos alunos desta escola profissional para que invistam na sua formação e deem seguimento aos estudos, aproveitando para informar que a ESTGOH tem licenciaturas relacionadas com a área de informática, alertando para a possibilidade do acesso dos diplomados via profissional, podendo realizar provas específicas, numa abrangência diferenciada ao ensino superior.
Seguiram-se os testemunhos dos oradores convidados, uma partilha moderada pelo Diretor do Curso de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos da EPTOLIVA, Mário Pinto, que fez questão de referir a importante colaboração da EPTOLIVA com várias iniciativas da Escola Segura, viradas para os riscos da presença online dos adolescentes e jovens e, a um nível mais técnico, os cursos de informática, marcando presença em várias atividades do CNCS, tomando conhecimento de vários tipos de ameaças, como a ciberespionagem, desinformação (fake news), o ciber crime ou a importância do fator humano nestes sistemas, através da participação em cursos e palestras virtuais durante o ano letivo.
Carlos Leite, atual Diretor Geral da Hewlett Packard Enterprise, abordou a temática da inteligência artificial, que atua para prever e antecipar eventos futuros: “conhecimento, velocidade e agilidade que somente as máquinas nos podem dar, estimulando igualmente o raciocínio humano”. Alguns exemplos foram dados por Carlos Leite, nomeadamente a sua utilização na área do desporto, cuja tecnologia faz parte do sucesso dos atletas, bem como nas campanhas políticas, criando um conjunto de informações sobre os utilizadores das redes socias para orientar as decisões, salientando como sendo um dos aspetos menos positivos da inteligência artificial. Contudo, reforçou a sua importância para impulsionar a inovação e diferenciação, referindo-se à Amazon, Linkedin, Facebook, Goggle e Microsoft – líderes de mercado e pioneiros a desenvolver inteligência artificial nos seus negócios. Terminou, fazendo referência ao enorme investimento a HPE na transformação digital das empresas, e incentivando a formação nesta área, “que tem escassez de profissionais”, mostrando-se disponível para cooperar com a EPTOLIVA e demais instituições de ensino.
André Batista, Fundador e CTO da Penthack e Mestre em Segurança Informática, abordou a temática do hacking, e como essa tendência evoluiu de uma travessura adolescente para competições autodidatas, ao longo das quais a ética sempre o acompanhou. “O trabalho de um hacker passa por tentar descobrir vetores de entrada e de forma criativa ultrapassa limitações.” A esse nível, foi desenvolvendo projetos inovadores, ganhando assim o gosto pela segurança informática, que o levou a participar em competições, nacionais e internacionais, e que abrangem as várias categorias do hacking, tendo sido considerado um dos hackers mais valiosos. “A segurança de informação tem cada vez mais impacto na nossa vida e nesta imersão digital, nomeadamente com a questão da pandemia e do teletrabalho”, sendo que o número de ataques aumentou, inclusive na área da saúde, “uma evolução que veio disparar a criatividade em todos nós, bem como o poder da tecnologia na sociedade”. As burlas online são uma realidade sempre em ascensão, pelo que é necessária uma consciencialização geral: “desconfiar sempre e ter cuidados redobrados”, acima de tudo no meio digital. Terminou, reforçando que “devemos ter cada vez mais conhecimentos para perceber e lidar com estas vulnerabilidades. Cabe-nos a todos colaborar para proteger a sociedade e não deixar que a nossa vida seja controlada pela tecnologia.”
O engenheiro Informático Jorge Vicente, na qualidade de Diretor Executivo de Segurança de Informação IT do Grupo Lidl & Cia, destacou as exigências desta área, “que requer maturidade, pelo que é extremamente importante a aprendizagem a este nível de formação técnica, cada vez mais importantes para as empresas”, incentivando os alunos a seguir os seus estudos no âmbito das novas tecnologias “a fim de responder às necessidades da sociedade e minimizar o impacto das vulnerabilidades, próprias dos sistemas informáticos, garantir assim a segurança da informação”. Para Jorge Vicente “o processo de segurança nunca termina. É um trabalho contínuo, realizado de forma estruturada, numa auditoria constante dos sistemas e dos planos, pelo que devem ser implementadas normas e definir políticas de base de dados e um conjunto de boas práticas – a chamada Governança para redução do risco nas empresas.”
Esta conferência terminou com a referência ao tema da atualidade – o teletrabalho – que exigiu um contacto mais frequente com as tecnologias de informação e comunicação. Todos foram unânimes em considerar que houve uma mudança previsível e irreversível nos paradigmas profissionais, com alguns benefícios em termos de produtividade e facilidade para determinadas funções e serviços, dando como exemplo este ciclo de conferências, comunicações remotas que contribuem para uma maior proximidade e patilha de conteúdo.
Nesse sentido, as relações humanas acabaram por ficar penalizadas, e a falta de interação teve consequências na aprendizagem, pelo que há que rever as organizações e a flexibilidade, que devem existir, sem descorar a parte presencial.
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